She London on my Coffee till I Books
1/3 carta de amor, 1/3 guia turístico, 1/3 crise dos 25 anos
Algo sobre mim é que eu amo Londres. Por muito tempo tentei fingir que essa não era uma parte fundamental da minha personalidade porque se tornou cafona ser London Coffee Books, mas a verdade é que sou não ironicamente uma menina London Coffee Books.
Eu gosto de contar, como mito fundador da minha personalidade, que todo esse fascínio começou quando eu era uma criança e vi um ônibus vermelho de dois andares na TV, falei pro meu pai que queria andar naquilo e ele respondeu, rindo, "filha, então você vai ter que ir para Londres", e eu absorvi como uma informação, um ensinamento, ao invés de uma piada. Tenho certeza que alguma iteração dessa cena aconteceu de verdade na minha vida, mas cheguei a um ponto que ela poderia facilmente ser só uma anedota que eu produzi para fazer meu fascínio colonizado soar mais interessante.
De qualquer modo, pouco importa esse episódio específico do meu lore pessoal, os fatos são que ao longo dos meus 25 anos de vida eu me vi e possivelmente me fiz atraída por diversos grandes símbolos e produções da terra da Rainha (terra do Rei não soa correto). Nisso entra uma paixão vitalícia por Operação Cupido (que veio com a vontade — agora realizada — de ser ruiva), uma fixação por uma cópia falsa do 1, dos Beatles, o fato de Arctic Monkeys ser minha banda favorita até hoje, um gosto adquirido por chá preto e alguns anos insistindo em tomar mate leão com leite (não façam isso, fica horrível), um enorme dicionário Longman Contemporary English recebido como presente de aniversário de 14 anos, muitas séries originais da BBC e do Channel 4 baixadas em .mkv, um Tumblr repleto de fotos de atores que estudaram em Eton, e até mesmo uma cartolina decorada com a Union Jack contando a história do Britpop para minha aula de artes do sétimo ano. Coisas que pessoas London Coffee Books fazem.
Londres foi a primeira cidade que conheci do outro lado do Atlântico, em 2012, quando a libra esterlina valia chocantes R$3,15. Eu tinha 14 anos e passei 14 dias no Reino Unido com a minha irmã, 6 deles em Londres, 3 em Liverpool e 4 em Edimburgo. Voltei para a cidade dois anos depois, em pleno pré-Olimpíadas, para passar outra semana, desta vez acompanhada pelos meus pais.
As minhas memórias das duas ocasiões se misturam um pouco, mas eu lembro da correria característica de turistas tentando abraçar a cidade inteira de uma só vez, e também lembro que pra mim a cidade era Westminster, South Kensington e Notting Hill. Lembro que em 2012 a gente viajou com Travel Money, um smartphone Nokia sem aplicativos, um guia surrado “Londres à Pé” que vinha com um mapa da cidade (… e um sonho). Lembro que nos perdemos em meio às obras no Regent's Park durante uma chuva e pedimos direções para uma moça que pediu gentilmente para partilhar do nosso guarda-chuva, tirou seu celular do bolso e indicou três estações de metrô diferentes num raio de 500m. Lembro de comer meu primeiro fish & chips, e lembro do meu primeiro gole de ginger beer. Lembro de comprar um moletom azul claro com KEEP CALM I'M THE DOCTOR escrito na feira de Camden Town e achar o item mais incrível do mundo. Lembro de conhecer o V&A com uma exposição que tinha entre seus itens expositivos o clipe de Country House, do Blur. Eu lembro de um pouco de perrengue e também lembro de muita mágica.


De 2014, lembro que tomamos uma cidra num pub às margens do Tâmisa com uma amiga da minha avó que morava na cidade há 10 anos, talvez a primeira brasileira em condição de londrina que eu conheci. Lembro de perguntar para ela sobre o processo, e lembro de sentir esperança daquela pessoa um dia ser eu. Lembro de me sentir como se a cidade já fosse minha, de reaproveitar meu Oyster card de dois anos antes, de andar com um sorriso convencido na cara porque eu me lembrava de alguns poucos caminhos e também porque eu estava com saudade de todos aqueles lugares, porque eu queria ficar ali pra sempre. Lembro de esquilos no St. James's Park. Lembro de um guarda zoar a minha pronúncia de Leicester antes de me responder pra que lado Leicester Square ficava.


Oito anos depois da minha última ida à cidade, eu decidi voltar no impulso.
Todo mundo teve seu(s) buraco(s) na pandemia. Um dos meus buracos mais queridos foi o do Britpop. Eu sempre fui bem familiarizada com o cânone do rock inglês dos anos 90 e já tinha algumas de suas músicas guardadas no fundo do meu coração, mas eu nunca tinha mergulhado de vez. Em algum momento de 2020, eu decidi que era a hora. Vi todos os clipes, todas as entrevistas, ouvi todos os discos, fiquei hiperfocada em uma única apresentação do Pulp por meses. Coisas que meninas neurodivergentes em necessidade de muita ajuda London Coffee Books fazem.
Existe algo em buracos nostálgicos em pleno fim do mundo que simplesmente hits different, e foi assim que eu me tornei fã de verdade de Pulp e de Blur. Eu pensava o tempo todo no show do Blur no Planeta Terra 2013 que eu vi pela metade pra não perder uma carona, e no show do Pulp no finado Via Funchal em 2012 que ainda bem que eu nem sabia a respeito pois provavelmente não teria tido permissão para entrar aos 14 anos. Esse também foi o mesmo momento da pandemia no qual eu estava convencida de que música ao vivo havia se tornado coisa do passado, então eu tinha toda certeza do mundo de que nunca mais veria nenhuma banda, muito menos duas que haviam basicamente acabado anos antes.
Já em outubro de 2021, quando vislumbrávamos um fim de alguma coisa, minha primeira tatuagem em 2 anos foi esta.
Tudo isso para dizer que quando eu soube, em novembro de 2022, que o Pulp ia voltar para mais alguns shows em julho de 2023, as engrenagens da minha pequena mente começaram a girar. Eu estava na fila da minha colação de grau atrasada quando tive a coragem de mandar um WhatsApp para minha ex-chefe-e-atual-amiga-e-mentora Diana com as seguintes palavras: "se eu cometer uma loucura, você me hospeda?”, às quais ela respondeu “claro, só vem".
No dia seguinte, acordei às 6 da manhã para fazer minha primeira compra na Ticketmaster UK, um marco por si só para uma menina que é o que? London Coffee Books. Alguns dias depois, o Blur inventou de anunciar show também, marcado para uma semana depois do Pulp. Eu considerei não ir, porque imaginava que eles tinham mais chances de acabar por aqui (narrador: nenhum dos dois viria ao Brasil), ao que minha amiga pessoal Giovanna sabiamente respondeu: Bárbara, você vai se arrepender se não for. E foi assim que me vi com pelo menos 10 dias em Londres garantidos na minha agenda no ano seguinte.
A verdade é que eu estava me cagando de medo de ir para Londres adulta.
Eu sei que não faz sentido. Eu tinha medo de viajar completamente sozinha para outro país (sim, foi uma coisa no meu cérebro por uns bons meses), mas, acima de tudo, eu tinha medo de chegar lá e descobri que a Londres verdadeira não era tão boa, tão mágica, tão brilhante quanto a da minha memória adolescente. Mind you, eu também estava passando pela crise dos meus 25 anos e clinicamente deprimida, então eu tinha medo de nada ser tão empolgante quanto já tinha sido um dia. Just girly things.
Tudo sobre essa vez em Londres foi diferente, é claro. Além de estar indo adulta, sozinha e com meu dinheiro, eu estava indo ficar hospedada na casa de uma amiga que havia sido minha chefe remota por 6 meses no meio de uma pandemia global, saindo do meu apartamento semi-recém alugado em São Paulo onde trabalho remotamente para outro país há um ano, direto para o aeroporto de Guarulhos. Todas as minhas libras estavam no Wise, um cartão digital que eu não apenas podia usar apertando os mesmos dois botões laterais do meu celular que serviam para pagar um pão na chapa na padaria da esquina, como já havia usado em outros quatro países nas minhas férias do ano anterior (tipo… De quem é essa vida?). Soa quase boomer listar todas essas circunstâncias da vida como uma grande sequência de bizarrices incríveis, e vai soar ainda mais dramático escrever o que estou prestes a escrever, mas eu nunca poderia imaginar nenhuma dessas coisas sendo ditas por mim nove anos antes, quem dirá onze.
Como que pode, né, uma pessoa que acha mágico pagar coisa com o celular e conseguir nutrir relações de trabalho significativas com pessoas que moram em outros países ter medo de não achar a cidade de Londres mágica de novo. Mas eu saí de casa com medo disso, embarquei com medo e desci do avião com medo, mesmo que agora eu já fosse uma deprimida medicada. Parecia que eu estava indo conhecer a cidade pela primeira vez.
O ponto talvez seja que tudo na minha vida ainda me surpreende, e me surpreende justamente por ser muito daquilo que eu sempre sonhei, só que diferente. Sempre me imaginei trabalhando para fora, nunca me imaginei fazendo isso remotamente, ou enquanto publicitária. Sempre me imaginei podendo fazer viagens internacionais sem grandes sacrifícios (quem não?), mas não necessariamente me imaginei fazendo isso aos 25 anos. Sempre sonhei em ser o tipo de pessoa que visita amigos em outros países, nunca imaginei que um dia ia acordar e simplesmente ter me tornado essa pessoa.
Fui criada para sonhar e sempre gostei disso, mas parte de mim não acreditava que esses sonhos iriam de fato se realizar, ainda mais depois de ter tido, assim como todas as crianças da geração Lula, meu coração partido por oportunidades que foram desaparecendo e pelos sonhos que foram se tornando mais difíceis novamente. Não sou nem de longe uma das pessoas mais sofridas dentro dessa amostra (como todo o conteúdo desta newsletter comprova), mas sou uma pessoa que cresceu enquanto via seus pais mudarem de vida, e que acabou conquistando um tipo de vida que eles nunca tiveram. Não sou uma pessoa que nasceu acostumada a nenhuma dessas coisas que hoje são a minha realidade — essa configuração de vida, essas possibilidades, esse acesso, esse tudo.
Ter feito inúmeros saltos profissionais e financeiros enquanto o mundo pegava fogo e a gente não podia sair de casa ou vislumbrar um futuro só aumenta a minha sensação de que fui dormir e acordei com tudo diferente, mesmo sabendo que todo esse processo envolveu muito trabalho no seu sentido mais literal. Tudo se torna ainda mais estranho quando considero que o dito trabalho é algo que eu genuinamente amo, que me traz prazer com muito mais frequência do que me causa insatisfação. Acho que é por isso que sinto medo — parece que usurpei a vida de outra pessoa temporariamente e é uma questão de tempo até a ilusão se dissipar, me descobrirem e me mandarem de volta para o início.
Mas essa não é uma newsletter sobre medo. Pelo contrário. Digo, não literalmente o contrário disso, porque também não é uma newsletter sobre coragem, mas definitivamente não é sobre medo. Ela é sobre se permitir viver o sonho.
O engraçado é que de todas as minhas idas a Londres, essa foi simultaneamente a mais fantástica e a mais mundana. Talvez a mais fantástica por ter sido mundana. Fiquei hospedada em um apartamento num bairro não central (metade do tempo completamente sozinha), meus grandes destinos turísticos foram parques, eu decorei caminhos de ônibus, li dois livros inteiros, comi comida caseira, fui apresentada a novos mercados de rua, levei o lindo cachorro da minha amiga para passear religiosamente 3 vezes ao dia. Só que em dois desses catorze dias, eu simplesmente assisti a dois shows históricos de bandas que fazem parte da cultura do país em um nível profundo, ambos em venues icônicas da cidade.


Outro mito fundador da minha personalidade que eu repito muito é que eu sou a irmã mais nova do mundo. Isso significa que fui também, por muito tempo, a irmã mais nova da minha bolha de fandom indie composta por muitos brasileiros mais velhos do que eu, com vidas mais interessantes do que a minha pelo simples fato de estarem mais avançadas. Tudo que eu mais queria era, como alguns deles, usar meu tempo de férias e meu dinheiro para ir atrás das minhas bandas.
Estar ali, na minha cidade favorita, fazendo justamente isso de um jeito que parecia acima de tudo rotineiro foi algo que me quebrou do melhor dos jeitos. As minhas duas semanas de férias pareceram três meses vivendo numa timeline paralela. Eu não sei como explicar de modo convincente e não insuportável que eu quase esqueci de verdade que a minha vida verdadeira era outra.
Talvez o momento que melhor ilustre isso seja o meu retorno do longínquo estádio de Wembley, onde vi o Blur tocar, até a minha casa temporária. Foi um caminho que levou mais de uma hora e que envolveu um coro espontâneo de She's Electric com um grupo de quarentões desconhecidos (amamos uma rivalidade histórica) e três modais, incluindo o último trem do dia™ e um ônibus noturno que eu peguei na Leicester Square meia noite e meia e que me deixou a um quarteirão do meu destino. O contraste entre a coisa absurda que eu tinha acabado de viver — o primeiro show em Wembley daquela que pode ser considerada uma das maiores bandas da história inglesa, cujas letras eu tenho decoradas — e a mundanidade extremamente funcional do meu trajeto, que teve como ponto final um lindo apartamento com um cachorro carinhoso dentro dele, foi algo cujo impacto eu não sei descrever muito bem sem apelar para metáforas que são provavelmente fortes demais para descrever uma sequência de eventos tão dentro do comum. Afinal, voltar de um show é o que acontece quando você vai a um show. Não é nem como se eu estivesse voltando de um jeito excepcional — numa van, numa limo, num fretado, numa bicicleta. É só um longo trajeto de transporte público.
A coisa é que, ao contrário do que eu temia, que era encontrar uma cidade sem graça na ausência da minha romantização adolescente, eu me vi ainda mais impressionada ao descobrir que a mundanidade que eu podia viver ali me encantava muito mais do que os monumentos, o Big Ben, a Tower of London e o Kensington Palace. Eu ainda era uma turista de férias, é claro, mas aquilo me parecia mais uma vida do que qualquer outra coisa. Acho que o que eu quero dizer é que meu sábado, por mais especial que fosse, se parecia bastante com algo que aconteceria comigo se eu morasse ali ao invés de estar apenas visitando.
Se você chegou até aqui, eu provavelmente não preciso seguir me desculpando por ter uma relação de amor com Londres, então vou dizer que a melhor maneira de descrever o que senti virando a esquina para voltar para casa foi que nenhum outro lugar me permitia ser tão eu mesma quanto aquele. Me senti completamente alinhada com o momento, com a cidade, com minhas vontades, como se tudo ao meu redor estivesse trabalhando ao meu favor de um jeito diferente sem que eu tivesse que me esforçar, me adaptar ou pedir por isso.
Era isso que queriam dizer com "viver o sonho"?
Eu vivi o sonho e ele pareceu a realidade, e isso foi mais esquisito do que o próprio sonho.









De muitas maneiras, Londres é meu sonho mais antigo, o sonho que permanece como objetivo mesmo depois de tantos outros mudarem. Estar ali vivendo ele em sua plenitude me fez lembrar de todos os outros sonhos que já me fascinaram e achá-los mais possíveis, e me fez voltar para São Paulo meio triste, mas também muito mais esperançosa. Meus dias em Londres me fizeram voltar a querer escrever um livro, coisa que eu não fazia desde os meus 10 anos, reacenderam minha vontade de aprender guitarra mesmo sem saber ler uma partitura, me fizeram considerar mil outros jeitos de viver e de ocupar meu tempo. Foram dias que me lembraram que, assim como Londres, todas essas coisas estão ao meu alcance mesmo quando me esqueço disso, ou quando duvido que elas podem ser tão boas quanto parecem.
Foi quase como se ao descobrir que eu estive certa sobre Londres o tempo todo — ela era mesmo tudo isso que eu sempre achei que fosse para mim —, eu também confiasse um pouco mais que estou certa sobre todas as outras coisas que acredito serem boas para mim.
Esses dias também me ajudaram a qualificar meu amor por Londres, que até então era envolto por uma luz difusa que só me indicava que aquela cidade era boa. A ideia de "qualificar um amor” parece desnecessariamente científica, mas ter mais clareza dos elementos que tornam Londres tão agradável e fascinante para mim me fez entender que 1. eu tenho como buscá-los em outros lugares 2. eu não preciso sentir vergonha de tê-la como objetivo de vida, porque tenho boas razões para isso.
Eu amo os clichês londrinos bonitos e romantizados, como as construções geminadas características que tornam todo bairro um pouco mais charmoso, os double deckers vermelhos, a presença de monumentos históricos em lugares inesperados. Mas também amo Londres, e talvez ainda mais, pelas coisas que fazem dela uma boa cidade, não apenas um bom cartão postal: transporte público confiável e bem pensado (double deckers ficam até mais bonitos quando você sabe o tanto que eles facilitam que você se situe no seu trajeto e não perca sua parada), um limite na altura de suas construções que permite que a gente veja o céu o tempo todo, 40% de área verde de fácil acesso, uma rede invejável de museus com entrada gratuita e segurança pública suficientemente boa para que a gente ande na rua depois das 22h sem muito medo. Eu passava por estranhos no parque e pensava que eles simplesmente não sabiam how good they have it, como um silencioso gremlin brasileiro.
Eu amo a vida que todas essas coisas bastante literais permitem, e é bastante chocante entender o tanto que essas permissões alteram a nossa experiência da cidade e até de nós mesmos — do que nos achamos capazes de fazer, com o que nossa mente se ocupa, etc —, principalmente porque estamos cansados de saber que, no papel, é isso que queremos e valorizamos numa cidade.
Londres não é perfeita e é mesmo muito cara, e eu não necessariamente tive tempo de descobrir as partes ruins dessa vida urbana, além de ter vivido uma versão bastante privilegiada dela. Mas o que me pega enquanto moradora de São Paulo é que nem com todo dinheiro do mundo você consegue viver algo semelhante por aqui, simplesmente porque a cidade é construída de um jeito que ativamente impede que muitas das experiências que eu citei sejam possíveis ou viáveis.
O que eu gosto de Londres é… Londres. A graça dessa cidade é a cidade, não necessariamente algo específico que eu posso encontrar nela e sim como todos os seus elementos se misturam para compor o resultado final. É o seu equilíbrio de passado e presente, de verde e cinza e marrom queimado, de tradição e de iconoclastia, de único e de inconfundivelmente global.
Voltei de lá com mais certeza do que nunca de que um dia vou para ficar — não sei como, e não sei quando, e espero que o mundo não acabe antes disso. Um dia já achei isso impossível, mas não tem uma coisa na minha vida atual que eu não achava impossível 10 anos atrás. Yes, it really, really, really could happen.
Enquanto esse momento não chega, fiquem com um mini guia turístico bem London Coffee Books.
Os 7 lugares que eu mais amei conhecer e/ou revisitar em Londres:
Primrose Hill — Foi minha primeira vez conhecendo esse clássico londrino e ele é tudo isso que dizem mesmo. Mais uma coisa simples que não deveria ser tão mágica — é uma pequena colina! Verde! Com dois bancos no topo! — mas simplesmente é. It's windy there and the view is so nice.
Bermondsey — Essa foi a segunda vizinhança que a Diana habitou na cidade, e segue sendo a favorita dela. Conheci o Maltby Street Market, um mercado de rua que acontece aos sábados e tem muita comida gostosa, e passeei pela rua principal, extremamente charmosa.
Brick Lane — OUTRO clássico de Londres que eu só conheci desta vez. Me sinto ainda mais ridícula por amar tanto o que é, para todo efeito, a Pinheiros de Londres1, mas porra, não tem como. A seleção de brechós mais insana que eu já vi do lado da Rough Trade East, é quase um parque de diversões desenhado exclusivamente para mim e para todas as outras London Coffee Books do mundo.
V&A Museum — Meu museu favorito, paixão à primeira vista, sempre com exposições temporárias imperdíveis além de um acervo permanente focado em moda e design que é fascinante. Desta vez, peguei a exposição Diva, que organizou diversos figurinos e registros de divas do entretenimento em ordem cronológica.
The Windmill Brixton — O Windmill é um pub no sul de Londres no qual diversas bandas da atual #cena indie rocker da cidade, como o Black Country, New Road, debutaram, floresceram e até mesmo ainda tocam de vez em quando. Comprei ingressos para ver 3 bandas pequenas que eu não conhecia (2 delas ótimas) tocarem numa quarta-feira. Foi engraçado estar sozinha no meio de várias art school kids muito mais descoladas do que eu e que pareciam serem todas amigas entre si (provavelmente era o caso), mas eu recomendo a experiência a todos os indies fedidos como eu.
Clapham Common — Esse foi o parque local que visitei todo santo dia acompanhada de Pixel, o cão. Além de ter campos extensos onde eu podia ver o Pixel correr e pular (e brincar com outros cachorros), foi muito gostoso acompanhar toda a vida que tinha ali o tempo todo nos dias de verão: muito time amador treinando diferentes esportes (existe até uma área do parque onde um grupo fixo de pessoas pratica QUADRIBOL), muitas pessoas fazendo piquenique, muitos donos caminhando com seus dogs, etc. Inclusive, foi um lugar onde falei com inúmeros desconhecidos sobre seus cachorros e brinquei com muitos deles. Parklife, algo verdadeiramente especial.
Tate Britain e Tate Modern — Sim, mais dois locais que eu ainda, criminosamente, não conhecia. Ambas as galerias são organizadas de um jeito impecável e cuidadoso, o tipo de lugar cuja expografia e textos de parede realmente acrescentam demais à experiência e te fazem sair de lá se sentindo mais inteligente do que entrou.
Não sei se Escrevi uma coisa, o working title dessa newsletter, terá outras edições, mas sabia que esta precisava existir. E, agora que eu escrevo coisas de novo, quem sabe não escrevo outras.
Beijos London Coffee Bookers,
Bárbara
Tecnicamente, Brick Lane é apenas a rua principal da Pinheiros de Londres. A Pinheiros de Londres é Shoreditch.
eu entendo muito o que vc quis dizer com o texto, I feel you. Enquanto moradora de Paris, tem dia que eu me sinto exatamente assim (mas também dia que eu quero explodir de ódio por Paris ser esse too much happening all the time hahah). Escreve mais sim, quero te ler mais!
amiga você me inspira muito <3